Tuesday, May 29, 2007

Apenas mais uma desventura em série.

Imbuída de uma certeza absoluta, posso garantir que jamais, em toda minha existência, tive a sorte de ter um bom vizinho. O axioma proferido abre espaço para um único questionamento:
Seria EU realmente a azarada da história?

Quando criança, tive o prazer de conviver com vizinhos italianos. Senhor Giovani, que sinceramente não sei porque eu insistia em chamá-lo de Seu João, e sua simpática e prendada esposa, Dona Lourdes.
A convivência foi fascinante, uma vez que aos poucos, o dialeto italiano tornou-se praticamente habitual na divisa entre nossas chácaras.

A relação de amizade adquirida há pouco mais de 6 meses, tornou-se digamos assim, efêmera.
Seu João, vulgo Senhor Giovani, decidiu implantar uma pequena criação de galinhas supervisionadas pelo senhor dos senhores, o Rei galo.
Não sei se todos estão cientes sobre meu peculiar histórico relacionado as aventuras e desavenças com essa espécie de ave, sendo assim, nobre de minha parte SEMPRE ADVERTIR que os galos voam!

Nossas chácaras eram separadas por uma divisa aramada, logo privacidade era uma palavra inexistente entre a vizinhança. Os novos voadores moradores, hipnotizados pela luz reluzente provinda da cerca, elegeram a divisa entre as chácaras, o cantinho da ciscagem.
Até hoje imagino porque tanto essas galinhas ciscavam naquele mesmo lugar.
Geograficamente falando, as simpáticas galinhas adquiriram fascínio por ciscar logo abaixo da janela do meu quarto. Fui descobrir o local exato da escavação, nas férias de Julho.

Logo nos primeiros dias de férias, assustada e ao mesmo tempo tendo minha curiosidade instigada, passei a investigar sobre os sonhos consecutivos sobre galinhas e galos que rondavam e perseguiam minhas noites.
Consultei de sábios venerados por seus vastos conhecimentos chegando a realizar leituras complementarem em livros sobre significados de sonhos

Minha gana pela resposta foi tamanha, que simplesmente uma noite, praticamente no final das férias, resolvi permanecer acordada. Nunca uma noite, antes tinha sido tão longa. As pálpebras pesavam, meus olhos sentiam como se houvessem toneladas de areias neles. Contrariando expectativas, bravamente, avancei pela noite, adentrei pela madrugada e posteriormente, poderia ter contemplado o alvorecer...

Passadas 5:20 da manhã, deparei-me com uma das maiores surpresas presenciadas por mim em toda minha existência. Pude ouvir ruídos ao longe de um pelotão de galinhas e galo vindo diretamente de encontro à cerca. Em questão de segundos, todos devidamente posicionados, começaram então suas escavações, sendo essas, estrategicamente do lado de fora da janela do meu quarto.

Posso assegurar ao leitor que o alívio da descoberta durou o tempo suficiente para que minha paciência fosse afetada pelo barulho irritante provindo da equipe de escavação, que dedicavam cada segundo de suas vidas em busca de fósseis e descobertas arqueológicas.

Os últimos dias de minhas férias tornaram-se um verdadeiro inferno. Uma vez ciente da presença dos arrojados historiadores, por menor que fosse o ruído, eu tinha meu sono interrompido.
Foi quando, em uma madrugada de sábado, atenta aos movimentos dos pesquisadores, levantei-me de minha cama, rumei até a cozinha, enchi uma jarra de água, e voltei para o local da execução. Em meu pensamento, não iria restar pedra sobre pedra ou pena sobre pena.

Lentamente abri a janela de meu quarto, mirei e atirei. Posso dizer que metade do volume contido na jarra, caiu dentro do meu quarto, em cima do móvel que servia para eu estudar durante a tarde, que diga-se de passagem, pouco foi usado – nunca gostei de estudar.
A outra metade, certeiramente atingiu o almejado e odiado alvo. Pude observar em estado de êxtase a corrida que os estudiosos tiveram que realizar para desviarem dos jatos mortais de água.

Meu contentamento foi lendário assim como a bronca que tive que escutar pelo irresponsável atentado aos historiadores.

Mais a tarde, em conversa extra oficial, minha mãe e o Seu João decidiram que a equipe apenas seria solta no período em que eu estivesse no colégio. Sábio acordo, devo admitir.
Assim como deve admirar, louvar e agradecer a perfeita utilização da arte da diplomacia desempenhada por minha destemida mãe, dias depois do fatídico atentado.

Argumentou e justificou com o Seu João, como uma perfeita advogada da paz, que sua sensata filha, havia por descuido, acertado com a bola de vôlei no cano que levava a água para a caixa d’água. E que acidentalmente, o cano que irrigava toda a água para a casa do Seu Jãao, havia sido rompido, resultando assim, na escassez total do abastecimento da água e, caso servisse de consolo, a parte agressora também havia sido afetada, nosso quintal encontrava-se submerso.

Por vingança do destino ou não, seu João e Dona Lourdes, ficaram parcialmente sem água durante dois dias. Os escavadores? Esses tomaram água da chuva, porque primitivas são as pessoas que subestimam essas adoráveis criaturas.


Tuesday, May 15, 2007

Antro de ilusões

Há algum tempo atrás em um lixão muito distante, moravam 5 amigas urubus. A localização do lar dessas confiáveis criaturas era tão longínquo que nossos olhos não poderiam enxergar tamanha falsidade e podridão.

Sonsa era a deslumbrada líder do grupo. Sem grandes atrativos físicos, apostava todas as suas fichas em seu cabelo, discretamente tingido de vermelho fogo. Conquistou o posto de líder, uma vez que entre as 5, era a mais provida de vestígios de inteligência. Sonsa possuía uma estranha obsessão por carniça de hiena com molho ensangüentado de coágulos.

Disfunção contava com diminutivos a seu favor. Era gordinha, baixinha e horripilantezinha. Tinha os cabelos pintados de negro, talvez para contrastar com sua feiosa tez alva. Gostava muito de conversar, perigosamente, se deixassem, poderia falar por dias seguidos. Sonsa, "inofensivamente" proferiu a palavra Fabulosa para definir Disfunção, que lisonjeada acatou o adjetivo e fez questão de torná-lo seu apelido.

Entojo foi a última a se unir a irmandade. Foi criada em berço de ouro, porém seu pai em um golpe do destino perdeu todo seu dinheiro, mas não perdeu o orgulho e muito menos a pose. Entojo possuía uma postura altiva, tinha seus cabelos tingidos de loiro (puro saudosismo do que foi uma vez em sua infância). O corpo era esguio, porém sua silhueta destacava-se pela largura de seus quadris. Possuía os olhos azuis, mas a beleza não existia, uma vez que seus olhos eram esbugalhados feito pães amanhecidos.

H2O2 a duras penas conquistou o posto de melhor amiga da Sonsa líder, perdão, da líder Sonsa. A amizade das duas aparentava ser inabalável, trocavam confidencias, riam de piadas e da desgraça dos outros urubus que ali também viviam. H2O2 perdeu seu posto com a chegada Entojo e seu reinado de vice-líder entrou em declínio. Em tentativa desesperada para reconquistar seu cargo, H2O2 tingiu seus cabelos de loiro. Tentativa frustrada e inútil, a líder Sonsa era impetuosa em suas decisões.

Lost era a que mais se diferenciava das demais amigas. Criatura flexível no quesito peso, ora magra, ora gorda. Tinha os cabelos ondulados tingidos de loiro. Sempre esboçava um sorriso na face. Possuía um belo par de olhos azuis que acredito terem conquistado seu meigo namorado. Lost era caso de discórdia perante os olhares que analisavam a irmandade, uma vez que se distinguia das outras amigas do grupo. Mas a dúvida foi rapidamente sanada. Bastaram 5 minutos em conversa casual com Lost, para perceber que a futilidade era o ponto crucial que as unia.

As 5 viviam em harmonia no lixão da Rua Batura. Porém a tranqüilidade e amizade incontestavelmente sincera que existia entre elas, foi abalada por ventos provindos da região Nordeste do País.

A visita de um urubu, robusto, cheio de vida e de uma simpatia ímpar, deu início ao fim da irmandade.
A disputa pela atenção do novato, foi feroz, acirrada e cruel. Lost não entrou na rixa, uma vez que possuía namorado, mas seria mentira dizer que ela não olhava para Dissimulado com outros olhos.

H2O2 munida de raiva reprimida atacou com violência Entojo. Foi um espetáculo e tanto para Burguês assistir. Negras penas voando e insistentemente pousando por sobre detritos que calmamente repousavam nas adjacências do lixão. H2O2 perdeu o combate, porque embora fosse bem mais avantajada no quesito massa, não contava com a agilidade dos quadris de Entojo.
Sonsa, sagaz feito uma vespa, logo percebeu que iria tomar uma lendária surra de Disfunção e tão cedo iria se torna, literalmente apenas um verme. Rápida no gatilho, Sonsa começou o disparo de explanações sobre as condutas e peculiaridades de Disfunção. Comentou em alto e bom som que a amiga, possuía mau hálito, assim como apenas abria o bico para fazer falsas afirmações. Proferiu que seu apelido, entre as amigas era Fabulosa, uma vez que era uma exímia contadora de Fábulas, e para um bom entendedor, meia palavra basta.

Sonsa, contagiada por seu veneno, ainda teve tempo de gritar aos quatro cantos que Entojo possuía uma voz indiscutivelmente irritante e que apenas tomou o lugar de H2O2, porque era um pouco mais esperta que sua antecessora.

Ao finalizar sua exibição, Sonsa direcionou suas palavras à Lost, porém quando abriu o bico para proferir palavras doces e consoladoras, como era de seu feitio, foi massacrada por um trator que assenta o lixão diariamente.

Dissimulado observava de longe o circo que havia se formado. E desolado com tamanha falsidade que habitava aquele reino imundo, bateu suas asas e voou para bem longe daquele lugar.

Lost de tão perdida, desalenta e desiludida com o rumo que aquela sincera e pura amizade levou, entrou por debaixo de sacos de lixo, semi abertos, e desse buraco, nunca mais saiu.

H2O2 tornou-se líder de um novo clã de urubus de menor idade, conseqüentemente menor sagacidade. Logo, pode obter o controle do grupo, por tempo determinado. Quatro meses após a inauguração do antro, teve seu posto roubado por Ganância, que havia sido sua pupila.

Entojo formou-se em Publicidade e Propaganda e foi contratada por uma empresa que fabrica desodorantes. Conquistou de certa forma seu lugar, porém seus olhos esbugalhados não enganam sua chefe, que diariamente a supervisiona temendo um golpe da funcionária.

Disfunção voou de volta para sua casa, onde vive até hoje sob as acolhedoras asas de sua mãe, que apesar da filha que tem, a ama acima de qualquer coisa.

Sunday, May 06, 2007

Sinceramente, discordo em gênero e grau.

Dia ensolarado logo ali, atrás de mim. Posso sentir o calor, assim como posso ver os raios do Sol refletidos na tela de meu modesto computador. Tenho que confessar que minha inspiração pouco se deixa afetar por belas paisagens, logo, a janela fica posicionada do lado contrário de meus olhos.
Minha inspiração, se é que posso chamar minhas idéias dessa forma, é provinda na maioria das vezes, única e exclusivamente da música. Ah a música! Existe algo mais deslumbrante e envolvente que a música?
Enfim, deixo para qualquer outro dia comentar sobre meu fascino pela música, uma vez que o foco desse texto, hoje, é outro.

Acho que o espanto ao lerem o próximo parágrafo será descomunal e unânime uma vez que a identificação de vocês, queridos “telespectadores” (uma vez que tenho escrito verdadeiras novelas), será imediata diante desse texto, a priore, desconexo.

Sabe quando o mundo parece que deixou de girar por alguns instantes, com a exclusiva finalidade de arquitetar um plano mirabolante para ferrar contigo? O plano “dele” é básico, simplesmente segue essas diretrizes: “Ele” concentra toda sua massa em um lugar, mira milimetricamente e descarrega. Logo ali, em cima de você. Simples assim. O mundo de uma hora para a outra “resolve” punir um sujeito direito, sem vícios e acima de tudo esperançoso, até então.

Suplico por respostas negativas para a indagação que segue: Será que é SOMENTE COMIGO que esse tipo de coisa acontece?
Conto com comentários negativos do gênero “Não Carol, não se sinta tão o centro das atenções assim!”
Esse tipo de resposta já me daria por satisfeita, caso as recebesse.

Veja você, astuto leitor, domingo 23/04/07, como não poderia faltar nessa Terra de ninguém que é Itapema, o Sol reluzia diante de meus olhos assim como nos olhos dos turistas fora de temporada, classificados como turistas da terceira idade, que diga-se de passagem consomem praticamente o mesmo que os turistas convencionais que trazem famílias e cachorros.
Vale apenas ressaltar um relevante detalhe que distingue turistas e turistas, os classificados como terceira idade, são imensamente mais bem educados que os demais turistas.
Ainda penso que nasci na época errada....

Voltando ao “causo” verídico que motivou esse texto. Domingo, meu único dia de folga, minha mãe e eu entrando em um consenso, resolvemos fazer compras em outra cidade, Balneário Camboriú. Saímos logo cedo, alugamos um carro, que ao longo da viagem praticamente deixo-me a um passo da insanidade, tudo por causa de um barulho extremamente irritante que vinha direto das pastilhas do freio e que segundo o senhor que nos alugou o carro, tirando isso, o carro estaria perfeito.

Chegamos em Balneário, demos uma volta, passamos por algumas lojas, mas sem grandes empolgações, pois como devem saber e sentir, a situação não anda boa para a classe média. Ao chegarmos no Big (supermercado) minha mãe simplesmente direcionou seu carrinho para um determinado setor e como em uma canção de ninar, disse para que eu a seguisse.
Praticamente flutuei ao deparar-me com o meu maior objeto de desejo atual, aquele que eu sonhei durante tanto tempo, e que de certa forma, a não aquisição do mesmo atrasa minha vida.

--Moça? Esse é o maior que vocês tem?
--Sim, esse é o maior.

O anúncio caiu como uma bomba. Despedaçando cada um de meus últimos milímetros de esperança que ainda habitavam meu ser.
Um ar de derrota ensaiou instalar-se entre nós duas. Porém não nos deixamos abater.
E pensar que eu estava com ele em minhas mãos... Eu disse que NÃO NOS DEIXOU ABATER.

Por falar em bomba, nossa compra foi mesmo como a contagem regressiva de uma bomba relógio, uma vez que deveríamos devolve o carro até as 18:00h.

Conta paga com cheque pré para 40 dias (facilidades que somente um grande supermercado pode oferecer), antes a faculdade também aceitasse um cheque pré para o ano que vem, quem sabe.

Voltamos para casa, minha irritação aumentava conforme nos aproximávamos de nosso prédio, que em bom português é uma merda, comparado aos padrões que estávamos acostumadas a viver. Prédio sempre com elevador, garagem privativa e carrinho para levar as compras que descarregávamos de nosso carrinho zero km.

A irritação já havia sido impregnada em meu ser uma vez que ao passar pelos corredores do supermercado, meus olhos avistavam produtos supérfluos, bolachas, salgadinhos, que despertavam em mim uma vontade absurda para a compra. Mas por causa da economia que estamos fazendo (eu e minha mãe), por que pai eu NÃO tenho, não podemos gastar em bobeiras, por que temos que nos livrar dessa maldita geladeira e comprar uma Frost Free que custa no mínimo R$1.500,00.
Outro fator de extrema relevância para meu estado de irritabilidade é ter que alugar um carro, uma vez que sempre tivemos um...

Enfim, “revoltas sócio-materiais” à parte, ninguém tem absolutamente nada com isso, chegamos de volta à Itapema, começamos a descarregar, foi quando percebi algo errado... Muito errado.

Havia açúcar, sem ser refinado, por praticamente todo o lado direito do porta-malas. Pensei no trabalho que daria para limpar tudo aquilo.
Foi limpo pela idéia genial de minha mãe, tirar o carpete e bater do lado de fora do carro, simples assim, sem choro nem vela.

Quase morrendo, subimos carregando as compras. Enfim de sabão em pó à ervilhas, tudo chegou até o 3º andar de meu prédio. Pensei até em chamar reforço, um menino aí que às vezes carrega nossas compras e pede em troca apenas um abraço. Mas achei melhor incluí-lo fora dessa e deixá-lo apenas em seu trabalho oficial.

Minha mãe em seguida foi devolver o silencioso carro alugado. E eu comecei a desempacotar as compras.
Apenas um pequeno parênteses sobre a doença que adquiri, dizem que quem possui Febre Reumática, se cansa com facilidade. Estou começando a acreditar que realmente tenho a tal FR, antes essas escadas eram exercícios, hoje parecem degraus infinitos.
Esse cansaço físico também me irritou, isso sem levar em consideração meu cansaço mental e psicológico.

Tiro molhos de tomate de uma sacola, cotonette de outra e açúcar, isso mesmo, AÇUCAR.... por toda a cozinha. Lembram-se do açúcar do carro? Agora os restos mortais que permaneceram no pacote, estavam esparramados por toda a cozinha, uma vez que minha distraída mãe, não o colocou em um local isolado, bem longe do resto das compras.
Minha reação foi a mais inesperada que poderia um dia imaginar. Em meu estado normal, possivelmente eu iria esbravejar, porém iria acabar rindo segundos depois do ocorrido.

Mas dessa vez foi diferente, penso que até o morador do final da minha rua pode ouvir meus gritos de raiva, de fúria e indignação. Ainda sob o efeito da ira, peguei o resto da pizza que havia sobrado da noite anterior e rumei mirando o lixo. Xingando em alto e bom som, dobrei a caixa da pizza em 4 pedaços, porém enquanto eu pegava o saco de lixo preto, a caixa se abriu, conseqüentemente, os restos de pizza, ovo, queijo, molho, tomate e cebola desfilaram pelo chão da lavanderia, anexo a cozinha.

Seguindo a tendência de minha paciência, joguei a caixa de pizza longe, derrubei o estrado que serve como portinhola para manter o Brownish em sua casinha na hora de dormir, e simplesmente sapateei por cima dela. Minha raiva era tamanha que mesmo eu estando em cima de uma madeira, descalça, não pude sentir dor alguma. Gritei, briguei, xinguei.

Meu ataque de fúria foi tamanho, que sequer senti remorso pelas ofensas que fiz ao mundo, as coisas, a mim, a todos.
Aí percebi que é nessa hora que entra em vigor o dito “quem não tem remédio, remediado está”, logo, ajudei minha mãe a limpar tudo aquilo que eu havia estragado. Foram quase duas horas para limpar e deixar mais ou menos como estavam as coisas antes do Tsunami chamado Carol.

Realmente admiro a sensatez com que minha mãe conduziu essa situação de calamidade pública.

Para encerrar o dia com chave de ouro, nada melhor do que fechar o dedão da mão direita na gaveta, adivinhem de onde? Da cozinha.

Meu pé dói, minha unha também, minha irritação continua a flor da pele e acaba por afetar todos ao meu redor. Encontro-me com as mãos atadas uma vez que não consigo enxergar uma maneira de deter ou simplesmente canalizar para outro lado minha fúria.

Especialmente para você, leitor, que preparou mentalmente um comentário do gênero: “Daqui um tempo você ainda vai rir de tudo isso”, por favor, se for comentar, procure escrever algo menos clichê e mais original do que isso. Se para você essa frase significa consolo, para mim significa falta de criatividade.
Estamos combinados?
Originalidade, infelizmente, está em falta.
Para concluir, essa crônica exaustiva, diria que voltei mais salva do que sã, ao contrário das pessoas ao meu redor, que parecem, sinceramente mais seguras, longe de mim.