Sunday, August 27, 2006

As Aventuras de Carol e Ana Volume II

Toda aventura que se preze tem continuação, e adivinhem só...

Eu + Ana + nossas inseparáveis bikes ... apenas uma diferença dessa vez, foram 2 DUAS bikes ....

Isso mesmo meus caros leitores, GANHEI UMA BIIIIKEEE !! Massa neh !?!? Tá, tudo bem... a mesma será paga em 30 suaves prestações, com a primeira entrada para dia 28 de Fevereiro, só depois do carnaval de 2007.

Nossa escrevi carnaval no meu Blog ... ui ... nunca pensei que escreveria esse tipo de palavrão =/

Enfim, nossa classe de Publicidade e Propaganda ficou encarregada de pesquisar sobre a população nativa da nossa região. Entramos em um consenso (espertas) e escolhemos a mesma localidade, assim poderíamos fazer o trabalho em dupla.

O próprio professor achou interessantíssima nossa atitude de escolher a localidade de Itapema. Mal sabia ele que escolhemos pela comodidade e não pelo “patriotismo”, mas enfim.

Felizes da vida pegamos nossas bikes e pé na estrada. Sem querer desapontar o leitor, mas não esperem uma história hilária. Perdi um pouco da vontade de escrever... Ainda to “curtinho” infelizmente o luto pela perda do Netto =/

Apenas contarei a histórias, sem grandes suspenses, sem grandes risadas.

Vamos a história, no começo tudo normal, eu na frente guiando o caminho, justo eu que moro aki há 1 ano apenas, Ana Amélia, moradora de Itapema por pelo menos 5 anos me seguindo, enfim, eu sendo a guia!

Lembrei-me dos tempos de Turismo e Hotelaria. Uiii ... eita... como pude fazer Turismo ... nossa ...

Tudo certo até o fim da ciclovia. PERIGOOO.... Nossa, inacreditável a quantidade de carros que circulam diariamente nos asfaltos de Itapema. E eu que achava que aqui era parado.

Terei que confessar ao leitor que estou adquirindo um novo e instigante sentimento, agora que obtive meu tão sonhado meio de transporte.

Não sou mais uma simples pedestre!

Tudo bem que tenho minha faixa especial, a ciclovia, porém existe SEMPRE uma faixa de pedestre em meu caminho! Aí, eu sendo uma menina responsável o suficiente hahahaha PARO para o querido pedestre passar =)

Tenho sempre em mente que um dia já fui pedestre, sei muito bem como é essa vida.

Com o fim da nossa faixa especial, e volto a dizer, totalmente DEDICADA AOS CICLISTAS, porém que conta com alguns intrusos, passamos então a desvendar um mundo até então inexplorado.

Ganhamos os asfaltos. Estávamos ali, lado a lado com caminhões, motos, carros, caminhões de lixo. A tensão pairou no ar, por todo o percurso, diria que sem exageros, devemos ter percorrido uns 3 km dessa interminável Route 66 highway.

O momento de maior tensão foi quando inexplicavelmente, tivemos que engatar uma 5º em nossas bikes para não sermos devoradas ou exprimidas entre um caminhão e um container estrategicamente posicionado entre a calçada e a pista.

Confesso que impressionei-me com tanta habilidade e dedicação, para nesse caso, não morrermos encurraladas e esmagadas por um caminhão.

Enfim vencemos nosso grande inimigo, e como nos filmes, eu, que liderava a aventura, virei a primeira direita que apareceu na minha frente. Enfurecidas, entramos exatamente na Beira Mar Avenida.

Dessa Avenida, que nos presenteava com uma inesquecível vista, até chegar na Ponte dos Suspiros, foi um sossego total.

Olhava para trás e avistava Ana Amélia em sintonia total com o Meio Ambiente, e eu ainda euforia por ter visto a morte a alguns quarteirões.

Vale lembrar que Dona Ana, embora estivesse em sintonia com o meio ambiente, praticamente colocou os bofes pra fora, pois sua resistência física, não era lá das melhores.

É, e eu que fiz a menina me carregar pela Avenida Nereu por km no Volume I. O arrependimento bateu nessa hora.

A volta para casa ocorreu sem grandes sustos. Apenas admiramos a paisagem e demos risadas lembrando do caminhão que quase nos massacrou.

Monday, August 07, 2006

Belos, deliciosos e perigosos morangos.

Um tanto quanto apressada, chego à VT (locadora onde trabalho “ocasionalmente” como quebra galho) e deparo-me com Ronan (meu chefe) e o Bacon (amigo do Chefe).

Dou uma olhada, supervisionada diria assim, pois me auto promovi a funcionária destaque do mês, onde além de minhas obrigações como atendimento, desempenho também a função de supervisionar o andamento da loja. Logo, observo, acrescento e às vezes critico construtivamente os funcionários que lá trabalham.

Dicas de atendendo são impostas, digo, sugeridas, assim como aulas de “como ser uma pessoa descontraída” são lecionadas pela pessoa que vos escreve aos assalariados que com uma impressionante dedicação as recebem de braços abertos assim como assimilam com tamanha presteza.

Enfim, bela e formosa, chego à VT no dia 25/07/06 por volta das 17h25min da tarde. Uma certa agitação contagiava a todos que estavam ao redor do balcão que fervia de pedidos, pagamentos, cobranças, entregas e devoluções de DVD’s.

Instantaneamente assumo meu posto de supervisora realizando assim a primeira inspeção do dia. Tudo nos conformes volto então a meus deveres de Funcionária - Severina (pau pra toda obra). Diria que além de compacta, sou multifuncional e modesta.

Bacon se despede, pois cá entre nós... eu sozinha ocupo um espaço imensurável, dificilmente conseguiria dividir um espaço, o qual já sou dona do pedaço.

Agitações a parte, eis que surge na porta da locadora um vendedor, segurando em seus fortes braços, belíssimas caixas de morangos. Admirada pude observar o gracejo com que o mesmo, com ar de nobre, envolvia as caixas contra seu corpo.

Meus olhos involuntariamente saltaram em direção aos morangos, que com o mesmo desejo, olhavam descaradamente para mim.

Não sei ao certo, mas cogitei a idéia de meu Chefe ter comprado 4 CAIXAS de morango impulsionado pelo medo de sua funcionária vir a atacar o vendedor dos não tão silvestres assim, morangos.

Faceira da vida e repleta de fome (grande novidade no universo da dona Carolina) resolvi em um ato de súbita prestabilidade, encaminhar os delicados morangos ao banheiro, para assim purificá-los para maior apreciação futura do mesmo.

O ato acima descrito foi literalmente súbito e instintivo, porque qualquer descuido, por menos que fosse, poderia acarretar em danos irreversíveis.

Endossando minhas palavras, revelo o fato do ato desesperado cometido acima, ter sido realizado único e exclusivamente por que alguns de meus funcionários não são tão bem instruídos sobre higiene alimentícia, logo, quando me dou conta, observo Ronan, sentando em um cantinho, comendo os morangos, sem lavar.

Com muito zelo começo a operação faxina nos morangos lindos e vermelhos. Tarefa realizada com sucesso. Ao sair, deixei a pia metade cheia, porque as sementes dos morangos meio que dificultavam a descida da água ralo a baixo.

Voltei então com os agora praticamente esterilizados morangos para degustação geral. Porém, antes os coloquei na geladeira, para que se tornassem ainda mais deliciosos.

Nesse meio tempo, voltei ao banheiro para lavar a faca e a pia.

(...)

Abro a porta com a delicadeza de sempre, coloco apenas meu pé direito para dentro do banheiro, sinto como se estivesse pisando em um tapete molhado. Acendo a luz.

(...)

Depois dizem que o pé direito é o que dá sorte.

Volto rápida e veloz me dirigindo ao balcão, e em um acesso incontrolável de riso, apenas olhei para o Chefe que com cúmplicidade ria de mim e para mim.

Após recobrar meus sentidos e o ar, apenas comuniquei ao Chefe que o banheiro estava submerso.

Olhando com cara de espanto e um tanto quanto instigado pela nova situação, pegou o rumo do banheiro e deparou-se com praticamente um Tsunami in doors, que havia inundado o banheiro.

Eu, logo ali atrás dele, rindo de soluçar, fui interrogada brevemente com uma simple pergunta:
-- Carol, que foi que tu fez aqui no banheiro?

Meu reflexo foi imediato, perguntando se ele estava bravo comigo e assegurando que não havia feito nada. Ele mais do que gentilmente, disse que não, agachou-se no chão e começou a limpeza.

Baldes e baldes cheios d’água foram retirados da banheiro. Isso sem contar no cheiro de fossa que impregnou no local. Um tanto quanto indagador esse cheiro, uma vez que eu apenas havia mexido na pia.

Observei então o Bacon passando pela entrada da loja, aquele amigo do Chefe, mais do que depressa o chamei e mostrei o fato. Sem pestanejar ele disse:

-- Gente, vocês não podem deixar essa menina sozinha. Olha o que ela fez em questão de segundos. Um perigo.

Depois de muito rir, Bacon se retirou da cena do crime, pois obviamente não queria chegar na casa de não sei quem com cheiro de fossa.

O movimento da loja não colaborou com nosso mutirão de limpeza, composta de uma pessoa só, Ronan.

Enfim, tive de abandoná-lo, porém sua solidão foi breve e interrompida por um nobre senhor, quem sabe seria ele detetive, fotógrafo, jornalista, enfim, que ocupou assim o tempo do nosso quase faxineiro nato.

Terminada a conversa simultaneamente com a faxina, o Chefe voltou, com cara de cansado, porém rindo. Comemos então os morangos, felizes da vida como se nada de grave tivesse acontecido. Ressalto que as mãos e os morangos estavam devidamente lavados.

Entre um cliente e outro eu me aventurava a fazer um sucinto resumo sobre meu mais novo feito e alegremente contava para eles. Comentários como: “Quanto menor a pessoa, maior o estrago”, ou “pequena, ardida, travessa” foram devidamente direcionados a minha pessoa.

Ao fechar a loja, o atendente da nossa filial, apareceu lá para deixar o caixa, e eu impulsivamente contei minha aventura. Rindo, o mesmo disse: -- O melhor é amarrá-la e deixá-la quietinha em um lugar, assim não representa riscos a ninguém.

Essa frase me remeteu instantaneamente às vezes que minha amável e pedagógica mãe pintava minhas unhas, instalava-me no sofá e mandava eu não me mexer, porque senão minhas unhas poderiam borrar. Submissa às ordens, passava eternos momentos (5 minutos no máximo) apenas movendos meus olhos, dando assim sossego à minha mãe.

Seria essa a solução para o perigo que ofereço a todos a meu redor?