Wednesday, May 31, 2006

Velotrol ???

É alarmante perceber como a intromissão de determinadas palavras, sendo elas intrusas ou não em uma oratória levam ao estranhamento individual. Sendo esse acontecimento cansativamente repetido todos os dias, não temos mais habilidades para discernir sobre quais são as reais e simbólicas necessidades humanas.

Assim como uma simples palavras tornam uma inofensiva conversa em temas de discussões, teorias mirabolantes sobre conspirações e que algumas vezes a proporção que determinada palavra toma é tamanha, que é melhor simplesmente, encontrar um sinônimo para evitar maiores conflitos.

A palavra velotrol, por exemplo, palavrazinha essencial no vocabulário de milhares de crianças espalhadas pelo Brasil afora. Porém causou extremo espanto quando pronunciado na presença de Cat, garota possuidora de ilimitada cultura, porém até onde pude julgar desprovida de infância. Após explicações, mímicas entre outras tentativas para não restarem dúvidas sobre a procedência, fabricação e utilização no objeto, a complexa palavra foi “coisificada” e instantaneamente lembrada na mente de Cat que com ar de alívio retrucou a esforçada explicação: -- Ahh, é aquela mini bicicleta de 3 rodas.
Logo pensei “que descaso para com um nomezinho tão lindinho” (velotrol).

Lembro-me de outro episódio onde deslumbrada com minha habilidade de administrar a árdua tarefa de abrir a ventilação do ônibus, aquela que fica bem acima da cabeça do passageiro, logo anexo ao teto, do lado da luz, onde os dizeres: ABRIR/OPEN se destacam sabe!?

Admirada com as descobertas que Cat adquiria e assimilava a cada dia, passei a refletir sobre o que levava uma menina tão inteligente ao não questionamento, a se isolar do novo, a falta de interesse e consequentemente a falta de informações básicas que isso lhe acarretaria, isso sem subestimar a capacidade imaginativa de nossa personagem.

Individualismo, descaso para com futilidades a seu modo de perceber e integrar determinadas coisas em sua vida, medo da mesmice, necessidade de não ser apenas mais uma nesse mar de pessoas iguais em gostos, maneiras e conhecimentos, medo, insegurança, foram algumas das possibilidades que imaginei durante minhas concisas reflexões sobre o caso de Cat e sua falta de curiosidade.

Posso me lembrar perfeitamente quando de seus lábios pude ouvir e aprender os seguintes dizeres: -- “A curiosidade matou o gato e a satisfação o trouxe de volta”. Abismada em saber que o ditado não terminava quando o gato havia sido morto, pude então perceber que realmente, o que é de interesse global, aos olhos de Cat, não passam de futilidades. Pude também constatar que não está intrínseco em sua pessoa ser indagadora e inclinada para questionar o que já está pré-estabelecido.

Talvez o medo do novo e o medo da quebra da rotina levaram Cat a simplesmente ficar estática através da vida que segue desenfreadamente, deixando assim o conformismo se instalar.
Menina singular, que encanta por sua sabedoria excêntrica, extremamente voltada a uma realidade em que talvez sonhe viver. Destruidora de alguns pobres corações que por tantas vezes buscaram dos lábios de Cat palavras de afeto, que em seus olhos estavam estampadas e que se vistas de perto, poderiam até ser ouvidas de tão aparentes que estavam em seu olhar, porém em sinal de medo, não as soube pronunciar.

Usurpando de uma xenofobia impar, Cat leva sua vida sonhando encontrar uma fada madrinha para libertá-la dessa aversão ao novo, de todo esse medo, desse mundinho o qual vive. Seria essa fada madrinha sua grande heroína para fazer com que o interesse de Cat fosse despertado e assim passasse a questionar a realidade?

Se Cat é feliz? Muito e a cada dia se apega mais e mais nas lembranças de um tempo onde velotrol não tinha nome específico, apenas era conhecido como bicicleta de 3 rodas.

Monday, May 22, 2006

Wonder years

É....
Hoje, 20:00 da noite, assistindo Anos Incríveis, por coincidência, assisti ao último episódio da série. Final feliz?! Assim como na vida real, o final foi REAL. Kevin não viveu feliz para sempre com Winnei, seu grande herói, morreu, sua vida tomou rumo totalmente diferente do que ele mesmo sonhou.

Sabe um lugar que eu odeio de paixão... Odeio entrar em loja de CD. Eu desenvolvo um sentimento instantâneo e incontrolável que acho que não consigo traduzir em palavras. Sinto-me impotente, sinto que onde estou não é meu lugar, sinto que uma das melhores oportunidades de minha vida já passou, e a burra aqui não soube tirar proveito para o futuro, apenas aproveitou o presente (assim como tantos que ficam me falando, que o presente é hoje, o futuro, ahh o futuro deixa pra depois).

Refletindo sobre as sábias, puras, ingênuas e sinceras palavras de Kevin Arnold, senti uma imensurável e inexplicável vontade de escrever sobre meu passado. Sobre os fantasmas, sobre os amores, sobre as paisagens, sobre as cidades, sobre os amigos e inimigos que conquistei pelo breve, porém intensamente vivido caminho até hoje.
Baseando-me no fato de eu ter apenas 22 anos de idade, sei que serei plausivelmente julgada como inexperiente e sem bagagem alguma para compartilhar, porém, aproveitando da fama de incapaz e volúvel de aspirante a adulto, posso então despejar “baboseiras”, assim como todo projeto a adulto faz. Mas não farei mais isso... não teria mais sentido.

Como o Kevin disse uma vez... não temos idade para “votar” porém ao mesmo tempo temos idade para sairmos de nosso país e matar pessoas nos países delas.

Complicado poder contar com alguém que disse que sempre poderia contar com ela, sendo que hoje, ela está tão longe.. so far away =/

Vou deixar a porta do meu quarto aberta caso você queira voltar...
Sei que nunca vai voltar
Nem mais entre nós você está.
Porcaria de saudade
Palavrazinha cruel
Sentimento [...]

Ainda to procurando a tão sonhada fórmula do amor.
O dia de hoje em nada se conecta ao de amanhã.
Não tem nexo!
Inclusão ... bullshit!
Every little thing I do ... Never seems enough 4 u.
Será?
Não te mereço […]
Você bem, eu bem.
Eu não sei ... pergunta pra Evelyn que ela sabe!
Vamos caçar corruptos Lalá??
A gente podia viver pra sempre né?
Thousand miles
Tá na cara que você não me esqueceu. Tá na cara que o seu amor sou eu!
Foi a Carol
Carol?? [ I miss u’re voice, miss the way u talk].
Brown eye girl.
Respondendo sua pergunta,
Sempre que possível deixe alguém na dúvida co-relacionada a você, é um jeito simples de deixar a pessoa pensando em você!
It’s not suppose to hurt this way, I need I need more and more each day.
Chora, pode chorar.
A Ivone nunca sabe nada.
Vai ter panqueca da Tia Cecília?
S2
Amigas para sempre
Sexta feira tem UPA na igreja!
Chris
Close but no cigar
HANSON
Por te amar assim…
O que eu to fazendo aqui?
Best babysitter ever
Eu te amo. (tantas vezes em pensamento).
Na maioria das vezes... apenas um abraço resolve.

Assim posso expor retalhos de minha vida de um modo menos cansativo.
Tantas e tantas vezes tive meu coraçãozinho quebrado em milhões de pedaços. Mas teve uma vez que quebrou pra valer, dessa vez não escapei.... falta mesmo um pedaço, e dos grandes.


... Hoje percebo que foram mesmo... anos incríveis !

Tuesday, May 09, 2006

Sala de aula

Tarde de Sol, o pequeno, se tratando de estatura, porém grande tratando-se de sua força de vontade, Bag Trip encontra-se fechado entre quatro paredes, dentro de uma fria, cheia de maus fluidos e sombria sala de aula. Vigiado pelo olhar atento de Iv, seu professor de Ética e Cidadania e cercado por colegas que por ele apenas sentiam inveja, despeito e medo.

Medo de seu passado oculto, porém comentado, medo de seu futuro incerto, não se sabia até onde Bag poderia chegar para alcançar seus objetivos, e obviamente, medo especialmente do presente, pois cada um desses alunos estava inserido no presente de Bag.

O despeito gradativamente surgiu devido à insatisfação de perceber que Bag era extremamente bem visto e admirado por todos os outros que naquela sala não estavam.

Seria estranho a inveja não ser ponto crucial nesse relato. Porém sobre a inveja, falaremos outro dia, melhor deixar subentendido.

Naquela quinta-feira de Sol, Bag esbanjando saúde e alegria, resolveu expor algumas de suas idéias, que impreterivelmente eram SEMPRE expostas apenas no papel em relatos secretos. Bag não precisava da aprovação de ninguém, sempre soube que o que ele fazia, fazia muito bem e sua segurança dispensava comentários alheios. Porém nessa fatídica tarde de Sol, Bag resolveu se pronunciar.

O professor Iv, um ditador autoritário e intolerante, aos olhos de Bag, em mais uma de suas aulas, extremamente dispensáveis, novamente na visão de Bag, apresentou e divulgou aos alunos o significado da palavra Ignorância e suas variações.

Todos atentos a explicação.

Iv exemplificando o significado da palavra ignorante apontou para Bag. Comparou assim em alto e bom tom que; Bag era ignorante em relação à Robby que era a aluna nota 10 da classe, enquanto Bag, desinteressado pela matéria, mantinha-se na média, com notas que nunca excediam 6.

Surpreso com tal agressão, Bag levantou educadamente a mão e pediu para falar.
Iv, surpresa com tal intromissão, concedeu-o a palavra subestimando qualquer tipo de retaliação.

Bag, com voz tremula e num tom respeitoso, alegou pensar que ignorância era sinônimo a um ato que Iv havia cometido anteriormente, no dia em que Iv e Bag se encontraram pela primeira vez. Logo Iv seria ignorante.

Flash back sobre esse infortúnio acontecimento:
O primeiro encontro de Bag e Iv se deu em uma feira de ciências, onde Iv expôs sua tartaruga Zoe, para os alunos aprenderem sobre a vida das tartarugas, alimentação, meio de vida, habitat, curiosidades. Porém Iv apenas maltratava e agredia a tartaruga com palavras, alegando o “bicho” ser apenas um vegetal, do tipo não serve pra nada, reclamava que o “bicho” não abana o “rabo”, não emite som, nem correr, o pobre bichinho corria. Com o apelido de imprestável, Zoe foi batizada por Iv.
Bag indignado com tal agressão, uma vez que simpatizou de início, mas nem tanto assim, com a tartaruga, passou a alimentar uma pequena mágoa pelo professor Iv.

Flash Back revisto, voltando a sala de aula, Bag, contou a classe que ignorância foi o que o professor havia feito com a pobre Zoe, que incapaz de se defender, foi insultada, humilhada e de certo modo, rejeitada.

Consciente de cada palavra pronunciada, Bag continuou afirmando que se o professor realmente procurava companhia para suprir sua evidente solidão, deveria sim ter adotado um animal de estimação, porém a escolha deveria ter sido no mínimo um pouco mais astuta, pois até os mais novinhos sabem que tartaruga não corre pelo quintal atrás de um osso, ou coisa parecida.

Diante de todos, Bag desmoralizou o professor, que ruborizado de raiva, com passos precisos e impetuosos, rumou em direção de Bag e em um único, porém preciso movimento de braço em conjunto com mão, mirou a face de Bag e deu-lhe um tapa na face.

Desacreditado do que acabará de acontecer, Bag, dando um passo para trás, em um tom sereno, virando-se para a classe, disse:
-- A agressão física também resume a ignorância humana, quando faltam verbos e argumentos, pessoas desprovidas tanto de educação quanto de inteligência, partem para a tão famosa e discutida ignorância.

Bag sentou-se, engoliu o choro, pois a dor de te sido maltratado e humilhado gratuitamente era tamanha que não teve forças para levar adiante uma possível discussão. Em sinal de nobreza, resolveu permanecer na sala até o termino da aula, que parecia interminável. Iv continuou sua aula pretendendo passar a imagem que seu orgulho não havia sido abalado.

Bag pode ouvir após a aula, comentários confusos, porém sonoros, sobre o acontecimento. Pela primeira vez todos os seus colegas, sem exceção haviam tomado partido, e revoltados com a falta de dignidade do professor, se uniram à Bag.

De toda essa historia Bag não guarda rancor, apenas sente pesar pelo professor, que para suprir sua solidão, adotou erroneamente uma pobre tartaruga, incapaz de demonstrar reação.

Ao chegar em casa, Iv depara-se com uma cena até então surreal. Zoe, através de uma escavação gradativa e sem pressa, escavou no quintal um buraco abaixo da cerca que divide a casa do professor com seu vizinho. Escapou calmamente. Simbolicamente, Zoe deu seu grito de independência conquistando assim sua carta de alforria.

Estático com tamanha petulância, Iv, após visitar centenas de casa de menores, deu entrada ao papeis para adoção de uma criança. Pelo menos a criança deveria esboçar reações, para quem sabe suprir a solidão impertinente que tanto rondava a vida de Iv.

Quem foi que disse que em relatos o autor tem que ser impessoal?

=P

Lita

Friday, May 05, 2006

Sexta-feira dia de.... dar risada ! Muita risada

-- Sumiu!!
-- Como sumiu!?!?
-- Foi Abduzido!
-- Tá louca guria???
-- Tô te falando... foi ABDUZIDO !!
-- Procura direito! TEM QUE ESTAR POR AKI!!! Em algum lugar TEM QUE ESTAR!!

Foi nesse clima de esconde-esconde que duas loucas desvairadas, na frente do Jornal Independente, em Meia Praia - Itapema, "começaram" mais uma de suas inusitadas aventuras...
Para quem não acompanhou o extinto Trapt, em síntese vou facilitar para uma melhor e mais fácil compreensão.
CAROLINA... (não é necessário escreve meu sobrenome) é:
- Pagadora OFICIAL (brasileira e internacional) de MICOS
- Caçadora de aventuras
- Promoter no quesito “Programa de Índio”
- e por último... Cara de pau o suficiente para convocar, muitas vezes intimar, mas isso não vem ao caso, pessoas para se aventurarem com ela.

Pois bem, visto e revisto, começo a narrativa de mais um fato, daqueles que tu vê ou ouve alguém contar, tenta imaginar a cena, mas não adianta... a coisa lhe parece ABSURDA, SURREAL!

Personagens principais e únicos da História:
Ana e Eu (Ana Amélia e Carol_lita)

Sexta-feira, dia de... ENTREVISTA NO JORNAL INDEPENDENTE... Rumamos assim para o jornal.
Fato curioso: Fomos de Bicicleta, diria assim uma legítima “Old Fashion”, daquelas que nem brake tem, devia ter pelos menos uns 25 aninhos de vida útil. Desfilando na cor roxa (cor TOP nos anos 80), seguimos pela ciclovia, não tão discretas como gostaria porque tive que me render aos meus até então oprimidos gritos. Segui berrando Avenida abaixo, pois a segurança que Senhora Ana passava enquanto dirigia atentamente a Bike, foi impressionante. Ciclista nenhum ousou nos ultrapassar... Tahhhh tudo bem... não foram tantas assim, uns nos passaram (quase TODOS) outros, mais conscientes e preocupados com o risco de nos ultrapassar, resolveram apenas nos observar... de LONGE... BEM LONGE =) E Ana sem entender o porquê dessa distância. (?)

Nossa chegada pelo menos foi discreta. Isso por que para atravessar as ruas, tínhamos que descer e empurrar a Bike, porque segura de que os carros seriam mais rápidos e ágeis que ela, Ana e eu entramos num consenso, para evitar futuros acidentes. (Uma vez que estou sem convenio médico, eita Lula-lá pra.... ) (...) Realmente falta nariz de palhaço para colocar no nariz de cada cidadão brasileiro...

A entrevista rolou naturalmente, Dona Kika nos atendeu atenciosamente. Nenhum fato relevante.

Na saída, Ana pede um break para fumar, sentou no degrau, eu sentei na calçada. Aproveitei e fui responder minhas mensagens recebidas durante a entrevista. Pronto, tudo certo...
Jeitosa que nem uma pessoa que eu conheço bem (EVELYN), Dona Ana derruba seu celular. A sonoridade foi tamanha que achei que não restaria nem uma tecla para contar a história... E não é que eu estava certa??
-- Carol, cadê os números?
-- Que números??
-- Do meu teclado! Sumiram os números do meu teclado.
-- Sumiram!!??
-- Como sumiu, como que sumiu Carol!?!? Caiu bem diante de nossos olhos!!!
-- Foi Abduzido!
-- Ta louca guria???
-- Tô te falando... foi ABDUZIDO !!
-- Procura direito! TEM QUE ESTAR POR AKI!!! Em algum lugar TEM QUE ESTAR!!

6 minutos depoiss, bolsas reviradas, documentos, cadernos, batons, entre outros acessórios somente encontrados em bolsa de mulher, todos jogados no chão... eis que

-- ACHEI!!
-- Onde estava Carol??
-- Bem aki no meu pé!!

E realmente estava. Não nos atentamos ao detalhe de que o teclado era transparente (nem número tinha mais, só para combinar com a bicicleta moderna da Ana) então, os números eram transparentes, fikaram da cor do piso da calçada, e estava ali, bem no meu pé, no alcance tanto de meus olhos quanto de minhas mãos.
Pegamos o teclado invisível. Ana montou seu celular e num tom de mãe quando reencontra seu filho que em questão de segundos se perde no meio de um shopping lotado, disse:
-- Ah safadinho, achou que ia se livrar assim de mim?
Deu um suspiro de alívio, montou na bike, eu na garupa, e fomos embora.

Pensou que tivesse acabado???
NEMMM... achei R$2,00 na rua, acho que como prêmio por ter devolvido o sorriso aos lábios e semblante de Ana Amélia.

Na volta aquela coisa, conversas engraçadas, consequentemente risadas, fechadas nos ciclistas desavisados que não sabiam que Ana Amélia estava a solta dirigindo sua super bike. Eu, na minha humilde posição de co-pilota, me encarreguei de dar a seta com as mãos, mandar uns passarem, advertir sobre os perigos para alguns que se aproximavam demais (desavisados).
Me encarreguei também de pedir desculpas pelas inusitadas manobras de Dona Ana Amélia, que enquanto eu me desculpava, ela se empenhava para fazer novos amigos no Transito de bikes de Itapema.

Cheguei sã e salva em casa, tanto que relato aki meu dia, muito bom por sinal.